Retomando a 2ª parte do Seminário
ASPROLF – Plano Municipal de Educação e Plano Único de Carreira, a ASPROLF novamente
convidou o professor Doutor e consultor do Senado Federal, João Monlevade para
ministrar a Oficina sobre Financiamento da Educação, realizadas na última
sexta-feira e sábado (15 e 16), no hotel Riverside em Portão, Lauro de Freitas.
Indispensável para a construção
do Plano de Carreira do profissional da educação, a pesquisa de financiamento
dá a exata visão dos recursos que são usados para a valorização salarial e profissional
dos professores, funcionários e gestores. Para que essa valorização aconteça
existe hoje no Brasil duas leis importantes para o trabalhador em educação que se
movem especificamente à serviço do pagamento do professor, que é o FUNDEB (Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da educação Básica), e a outra que á Lei do
Piso Salarial dos professores (Lei 11.738/2008), que garante uma espécie de ‘salário
mínimo’ para todos os professores e também determina para a classe trabalhadora
uma jornada própria, adequada ao trabalho de um professor, que além do tempo em
sala de aula, contabiliza 1/3 dessa jornada na preparação, na avaliação e na formação
continuada; visando garantir uma educação pública de qualidade.
A pesquisa de Financiamento da
Educação, segundo Monlevade, implica na transferência de tributos,
contribuições, taxas e impostos federais, estaduais, municipais como (IRRFE,
IRRFM, IPVA, IPTU, ITBI). Ele mostrou como as taxas e arrecadações de impostos
podem viabilizar o investimento na educação, lembrando que para que esse
planejamento de financiamento passa na ‘prova dos nove’, é preciso ter dados
exatos e reais da realidade do Estado, ou município onde será aplicado.
Nessa Oficina, foram trabalhados os
números reais de Lauro de Freitas, partindo da realidade da arrecadação de
impostos, número de alunos matriculados, quadro de professores e de funcionários
do município. Esse estudo clínico da aplicação de recursos da educação municipal
já faz parte de um trabalhado da ASPROLF – Sindicato dos Trabalhadores em Educação,
que vem lutando pela elaboração participativa do Plano Municipal de Educação
(PME), que tem o Plano Único de Carreira, como uma de suas metas. E para que
seja feito o PUC é importante o estudo sobre o financiamento da educação. Sindicatos e trabalhadores devem sempre ficar
atentos a esse assunto, já que ele é uma poderosa arma de fiscalização e
cobrança direta do poder público, na aplicação dos recursos, que existem para
pagar os salários dos professores e funcionários.
Por isso, como explicou João
Monlevade, “quanto mais existir capacidade constitutiva do cidadão, quanto
menos sonegação houver, quanto mais houver capacidade de arrecadação, tanto
melhores serão os salários e a progressão na carreira e as condições de
trabalho”. E é esse o principal objetivo da Oficina, que com dados concretos,
vendo a realidade de Lauro de Freitas, pode traçar um parâmetro do que é
arrecadado e de onde e quanto deve ser aplicado na educação. O professor destacou ainda que o município de
Lauro de Freitas é rico em suas estradas, que não só passam carros e caminhões,
mas trazem a riqueza para dentro da cidade que hoje tem o PIB (Produto Interno
Bruto), per capta por pessoa é exatamente igual à média brasileira.
O conhecimento, estudo e entendimento
sobre o Financiamento da Educação seja em qualquer esfera de gestão é um “valioso
instrumento para que todas as formas o Sindicato possa com força, com
inteligência, com união da categoria reivindicar aquilo que é justo e que é
possível diante de um município tão rico, como Lauro de Freitas”, concluiu.