Secretário Marcelo
Abreu disse “está vivendo nesse momento a arte de conseguir, dentro do que lhe
é posto resolver todos os problemas, inclusive da remuneração dos profissionais
da educação”, mas que na próxima reunião de negociação trará uma resposta
definitiva para a categoria
A ASPROLF – Sindicato dos
Trabalhadores em Educação de Lauro de Freitas realizou na manhã desta
quarta-feira (29), mais uma assembleia geral extraordinária com indicativo de
greve e uma caminhada com carro de som pelas ruas do bairro de Itinga em defesa
da educação pública e para esclarecer à população em manifesto, sobre os reais
motivos das aulas não estarem acontecendo em sua normalidade no município, que
sofre desde o início do ano letivo com a falta de professores em sala de aula,
má estrutura nas escolas, além da falta de equipamentos e mobiliário para aluno
e professor.
A assembleia teve um caráter de
esclarecimento sobre as deliberações da reunião de negociação ocorrida ontem (28)
à tarde no Centro de Cultura de Portão com o secretário municipal de educação,
Marcelo Abreu, ASPROLF, Comissão Paritária e outros representantes do governo e
desta vez, sem representante direto do prefeito Márcio Paiva, o secretário
Márcio Leão, que não estava presente. Novamente Marcelo Abreu informou que o
governo está mantendo a proposta feita na reunião do dia 17 deste mês,
condicionando a atualização do piso da categoria à suspensão ‘temporária’ da
Redução da Carga Horária de Trabalho, conquista legítima e de muita luta do Sindicato.
Sem esquecer que a Redução é um ganho para a escola e para o aluno, porque o professor
passa a ter tempo de reserva de preparação de aula, planejamento e de formação
e isso enriquece mais a aula e resume na qualidade do ensino em sala de aula.
O Coordenador Geral da ASPROLF,
Valdir Silva, novamente confirmou para o Marcelo Abreu que a categoria não
aceita essa proposta, por não abrir mão de um direito garantido
constitucionalmente, até porque os trabalhadores veem essa condição, como um
risco a correr, com essa medida. “A classe trabalhadora da educação não está
interessada na greve, mas está tendo que usar estratégias para sensibilizar o
governo com as manifestações, que chamam a comunidade para conhecimento do que
se passa na rede e paralisações, pela sobrecarga vivida no quadro da educação
gerada pelo déficit de profissionais. Não queremos a greve”, declarou. A luta
da educação não é exclusividade de Lauro de Freitas, todo o país está na luta.
Ressaltando também que a categoria
não abre mão de negociar a atualização do piso a partir do índice indicado pelo
MEC de 13,01. A ASPROLF fez essa proposta para a gestão municipal que não
aceitou, e também não ofereceu nenhum número compatível com o que referenda o
MEC. Vale deixar bem claro, que a luta do trabalhador em educação não é por
reajuste salarial, mas sim por um direito constituído na Lei Federal 11.738 que
atualiza o Piso da Educação no mês de janeiro, e os municípios sabem disso;
portanto não dá pra entender o contrário e muito menos negociar abaixo disso. O
trabalhador em educação tem um histórico de perdas; e todo governo diz que
defende a educação, tem educação como prioridade, mas na hora de cumprir a letra
da lei tentam escapar.
Abreu disse que esteve reunido
com o governo e SEFAZ municipal na tentativa de avançar na proposta feita pela
gestão, mas não teve êxito com o governo no ponto financeiro. Ele voltou a
falar sobre o problema financeiro da gestão Paiva e disse que “está vivendo nesse
momento a arte de conseguir, dentro do que lhe é posto, resolver todos os
problemas, inclusive da remuneração dos profissionais da educação”. Considerando
a reunião que teve com o governo pragmática e que não se tem muito o que
conversar, Marcelo Abreu pediu nova reunião com o Sindicato e representantes
para a próxima quarta-feira (6), às 9 horas também no Centro de Cultura de
Portão, quando segundo ele, terá uma resposta definitiva para a categoria e
espera ter um desfecho onde governo e trabalhadores possam entrar em um acordo
e pediu para que pele menos até a próxima reunião de negociação tivesse a
normalidade das aulas, mas logo foi lembrado que as aulas não estão acontecendo
em sua normalidade desde fevereiro (início do ano letivo) porque não tem
professor para isso, ao contrário do que ele tenta fazer acreditar não é culpa
do trabalhador e sim do governo o aluno estar saindo mais cedo da escola ou sem
aula normal.
Na assembleia de hoje que assim
como ontem contou com a presença da Associação de Mães de Alunos, teve caráter
esclarecedor e elas puderam constatar pelas palavras dos professores, que são
quem vive a realidade do dia a dia das escolas, o quanto seus filhos (alunos)
estão sendo prejudicados, por conta de uma decisão errada da gestão municipal,
que o Sindicato vem lutando para que seja resolvida imediatamente. A categoria
que saiu em caminhada pelas ruas do bairro de Itinga para esclarecer a
sociedade o que de fato está acontecendo na rede municipal de ensino. Na
próxima segunda (4) e terça-feira (5) durante as aulas os profissionais vão
esclarecer aos seus alunos, o que está acontecendo na educação e na
quarta-feira (6) tem novo encontro com o secretário da educação Marcelo Abreu, no
Centro de Cultura de Portão, com assembleia geral deliberativa com indicativo
de greve no final.
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